Grupo do Banco Mundial divulga relatório sobre cenários de desenvolvimento eólico offshore para o Brasil com base em análise da DNV
Explorando oportunidades futuras para energia eólica offshore no Brasil
Porto Alegre, Brasil, 16 de julho 2024 – O Grupo do Banco Mundial divulgou hoje um estudo sobre “Cenários para o Desenvolvimento Eólico Offshore no Brasil” com base na análise da DNV, especialista global independente em energia e gerenciamento de riscos. Este relatório faz parte de uma série de estudos de roteiro eólico offshore encomendados pelo Grupo Banco Mundial (WBG) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Eólico Offshore, financiado e liderado pelo Programa de Assistência à Gestão do Setor Energético (ESMAP), em parceria com a Corporação Financeira Internacional (IFC, o braço do setor privado do Grupo do Banco Mundial).
O potencial de energia eólica offshore do Brasil ultrapassa 1.200 GW, com 480 GW provenientes de fundações fixas e 748 GW de fundações flutuantes. Este recurso abundante, estrategicamente localizado próximo aos centros de demanda, posiciona a energia eólica offshore como um ator fundamental no cenário energético futuro do Brasil.
O relatório, preparado em colaboração com o Banco Mundial, o Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil e a Agência de Pesquisa Energética (EPE), fornece uma análise completa para formuladores de políticas e partes interessadas ativas no Brasil. As conclusões enfatizam a necessidade de uma estratégia energética clara, investimentos significativos em infraestrutura e ações imediatas para aproveitar o crescente interesse pela energia eólica offshore no Brasil.
O relatório fornece uma visão para um futuro sob três cenários de crescimento diferentes:
- Caso Base: 16 GW até 2050, representando 3% da capacidade de geração do Brasil.
- Intermediário: 32 GW até 2050, representando 6% da capacidade total de geração.
- Ambicioso: 96 GW até 2050, compreendendo quase 20% do mix de geração.
O desenvolvimento da energia eólica offshore no Brasil oferece um complemento promissor à energia hidrelétrica, reduzindo a variabilidade interanual e proporcionando uma proteção durante os períodos de seca. Também apoia as metas de hidrogênio verde do Brasil e pode impulsionar o crescimento econômico e a criação de empregos, gerando potencialmente até 516.000 empregos de tempo integral e contribuindo com USD 168 bilhões de dólares bruto nacional no cenário Ambicioso. Além disso, pode agilizar a geração local de eletricidade, reduzindo as perdas de transmissão ao alinhar os recursos com os centros de demanda, incluindo as grandes cidades.
No entanto, existem vários desafios, incluindo custos iniciais elevados que exigem financiamento concessional e atribuição estratégica de direitos sobre o uso do leito marinho. Apesar das projeções de reduções significativas de custos a longo prazo, permanecem complexidades de financiamento e aquisição. Também são necessários investimentos substanciais para atualizações de transmissão e flexibilidade da rede para integrar eficazmente a energia eólica offshore. As considerações ambientais e sociais complicam ainda mais o desenvolvimento, necessitando de um planeamento meticuloso e de consultas comunitárias. A modernização dos portos regionais, da infra-estrutura logística e da cadeia de abastecimento eólico offshore para apoiar uma maior produção de turbinas aumenta os custos globais.
O planejamento estratégico, a colaboração e os investimentos direcionados podem ajudar a superar esses obstáculos e desbloquear todo o potencial da energia eólica offshore na transição energética renovável do Brasil.
Santiago Blanco, Vice-Presidente Executivo e Diretor Regional para a América Latina, Energy Systems da DNV, comentou: "Este relatório destaca o imenso potencial da energia eólica offshore no Brasil e fornece diretrizes para o seu desenvolvimento. A escolha do país de adotar a energia eólica offshore depende do equilíbrio entre as demandas energéticas, as metas climáticas e o crescimento econômico. Nossa pesquisa oferece insights, não diretrizes, delineando os desafios e oportunidades para informar decisões estratégicas."
O sucesso do setor eólico offshore do Brasil depende do estabelecimento de uma estratégia energética de longo prazo, conforme enfatizado no relatório do Grupo do Banco Mundial sobre “Fatores-chave para o desenvolvimento bem-sucedido da energia eólica offshore em mercados emergentes”. O caminho escolhido, moldará o papel da energia eólica no futuro do Brasil, desde um papel mais a margem, no Caso Base até uma transformação econômica significativa no Cenário Ambicioso.
Tchiarles Coutinho Hilbig, Gerente de Área de Mercado para a América do Sul, Energy Systems da DNV, destaca: “O relatório chega em um momento crucial, antecipando a aprovação regulatória para a energia eólica offshore no país. Fornece informações valiosas sobre fatores tecnológicos, ambientais, econômicos e políticos que influenciam o crescimento do setor. Usando os modelos de design avançados da DNV com dados reais sobre recursos, condições do local e projetos-chave, ele equipará as partes interessadas para tomar decisões e realizar estratégias para a expansão sustentável da indústria.”
Qualquer que seja o rumo que os decisores políticos e as partes interessadas decidam traçar, devem agir rapidamente para capitalizar o interesse atual, especialmente num contexto de declínio do entusiasmo dos investidores pelos mercados emergentes. As atualizações nas redes de transmissão, na infraestrutura portuária e nas capacidades de produção, juntamente com o mapeamento da sensibilidade ambiental e social – todos pré-requisitos para o desenvolvimento da energia eólica offshore têm prazos longos. Fornecer um caminho claro de entrada no mercado, incluindo exclusividade no uso do leito marinho e acordos de compra nos leilões iniciais de energia eólica offshore, é essencial.
Para recomendações detalhadas e esclarecimentos adicionais, o relatório abrangente e um resumo executivo estão disponíveis na en Inglês a en Português.